Capacitismo e Capacitista: as duas palavras tende o mesmo significado. Elas estão presentes em atitudes, olhares e comportamentos de pessoas que não aceitam alguém que tenha algum tipo de deficiência e muito menos acreditam em suas capacidades.
Capacitismo é a discriminação ou violência praticada contra as pessoas com deficiência. É o conjunto de ações preconceituosas, que infelizmente, reflete muito na vida das pessoas com deficiência.
Vou citar alguns exemplos de capacitismo:
Pais que levam os seus filhos para matricular em escolas regulares (o que é direito da pessoa com deficiência) porém, esse direito é negado. Os profissionais não as aceitam, por não saberem como lidar com as diferenças. Ou ainda, quando pessoas com deficiência vão procurar emprego, e a maioria das empresas não têm acessibilidade para que essa pessoa mostre suas habilidades.
No Brasil, apesar da Lei de Cotas garantir uma porcentagem mínima de contratação de pessoas com deficiência em empresas com mais de 100 funcionários, estima-se que, do total de 45,6 milhões de brasileiros que possuem algum tipo de deficiência (seja física, visual, intelectual, auditiva, mental, múltipla ou surdocegueira), apenas 1% estão no mercado de trabalho formal.
Existem cerca de 2.600.000 (dois milhões e seiscentas mil) pessoas com deficiência intelectual no Brasil, que enfrentam barreiras adicionais no acesso à educação e ao emprego, e acabam dependendo de suas famílias e de benefícios sociais para viver. É um número grande, porém pessoas com deficiência intelectual ainda são invisíveis para a sociedade.
Estamos acostumados a falar algumas frases no dia a dia e não nos damos conta do quanto elas são capacitistas.
Fica a dica! É capacitismo quando falamos:
- “Nossa, mesmo com deficiência ele (a) consegue fazer tudo!”
- – “Que lindo(a)! Nem parece que tem deficiência.”
- – “Mesmo sendo surdo(a), você é tão inteligente.”
- – “Nossa, você nem tem cara de autista!” – “Achei que você era normal!”
- “Será que vou ter braço pra fazer isso?”
- “Poutz, que mancada! ”
- “Essa pessoa é um exemplo de superação!”
- “Vou fingir demência!”
- “Quando vejo uma pessoa com deficiência me lembro do quanto tenho a agradecer.”
- “Que coitadinho, ele tem deficiência intelectual.”
- “Essa pessoa não tem deficiência intelectual, ela consegue ler e falar como uma pessoa normal.”
É muito importante trabalhar o conceito de capacitismo dentro das organizações, das empresas, dentro das famílias para dar mais visibilidade ao tema e desenvolvendo iniciativas para acabar com situações e comportamentos preconceituosos.
Afinal de contas, o termo que falamos sobre uma pessoa acaba reforçando e refletindo o modo como lidamos com ela.
VOCÊ SABIA? O Instituto Jô Clemente (IJC) possui um grupo de pessoas com deficiência intelectual (autodefensores) que debatem mensalmente assuntos ligados ao capacitismo. Que tal fazer parte dessa jornada? Entre em contato com a gente pelo telefone (11) 5080-7197.
