O envelhecimento pode ser entendido como a consequência da passagem do tempo ou como o processo cronológico pelo qual um indivíduo se torna mais velho. Porém, esta tradicional definição tem sido desafiada pela sua simplicidade. 

 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a terceira idade tem início entre os 60 e 65 anos, mas o processo de envelhecimento depende de três fatores principais: biológicos, psíquicos e sociais. São estes fatores que podem acelerar ou retardar o aparecimento e a instalação de doenças, além de sintomas característicos da idade madura. 

Nas últimas décadas houve um aumento significativo da população idosa no mundo, especialmente nos chamados países em desenvolvimento, dentre os quais se encontra o Brasil1.  

Hoje, nosso país registra mais de 30,2 milhões de pessoas com 60 anos ou mais2. Até 2025, essa população poderá chegar a aproximadamente 32 milhões, fazendo do Brasil o sexto país com maior população idosa no mundo.  

Uma pesquisa realizada pelo próprio Instituto Jô Clemente (IJC) mostrou que nas últimas décadas, houve um aumento significativo na expectativa de vida das pessoas com deficiência intelectual e, de acordo com os resultados hoje, sabemos que 13% dessa população chegará pelo menos aos 68 anos de idade3.  

 Trabalhar é uma atividade comum à maioria das pessoas, principalmente aquelas que atingiram a adolescência ou a vida adulta. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios- PNAD referente ao terceiro trimestre de 2021, cerca de 87,8 milhões de pessoas encontram-se ocupadas, o que representa 49,6% da população com 14 anos ou mais desenvolvendo atividades consideradas produtivas. Os demais 50,4% estão sem atividades econômicas. 

Quando trazemos pessoas com deficiência para essa equação, o dado é ainda mais alarmante. Segundo pesquisa4, uma a cada quatro pessoas com deficiência com 14 anos ou mais estão desocupadas, ou seja, mais que o dobro de desocupados em relação ao índice de pessoas sem deficiência.  

Esses números são extremamente preocupantes do ponto de vista da subsistência das pessoas com deficiência, pois apesar de existirem benefícios próprios dirigidos a este público, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), por exemplo, estes não integram todas estas pessoas, somente aquelas que socialmente se encontram em vulnerabilidade extrema. 

Com o alto índice no aumento da expectativa de vida, outras preocupações acabam fazendo parte da agenda da Organização Mundial de Saúde (OMS), principalmente questões que consideram a incapacidade e a dependência como fatores adversos à saúde.  

A partir disso, uma pessoa com deficiência exposta a vários estímulos, vivendo em um ambiente saudável e com oportunidades de trabalho, tende a se tornar protagonista de sua própria vida, com independência, autonomia e boas relações sociais. Esses fatores são essenciais para que essas pessoas consigam uma vida mais longeva e com mais qualidade, permitindo novos horizontes e mais chances de alcançar sonhos e objetivos. 

AUTORES: Profissionais da Inclusão Profissional e Longevidade do IJC