O objetivo da pesquisa é investigar qual a motivação, elementos facilitadores para prática da atividade física, considerando as diferentes características de cada região do Brasil, buscando estratégias e programas efetivos para enfrentar o sedentarismo e promover a saúde e o bem-estar de pessoas com deficiência intelectual.

Um dos entrevistados é o Gabriel Bandeira, atleta de natação paralímpico com deficiência intelectual. Participou dos Jogos Paralímpicos Tóquio 2020, onde conquistou medalha de ouro ao se consagrar campeão na prova de 100 metros Borboleta, na classe S14.

Hoje, Gabriel está entre os três melhores atletas paralímpicos de natação, na categoria que participa, nas modalidades: 100 metros borboleta, 100 metros costas, 100 metros peito, 200 metros livre e 200 metros medley.

Confira a entrevista na íntegra.

1. O que o esporte significa para você?

“Eu acho que o esporte é tudo na minha vida hoje em dia. É o que me faz feliz, é o que eu gosto de fazer e principalmente porque me permite ser eu mesmo”.

2. Quando começou a praticar?

“Eu sempre fui muito ativo. Quando criança eu fiz jiu jitsu e também jogava futsal na escola. Em 2010 eu comecei a natação e me encantei. Comecei a competir e em 2019 eu fiz a transição para a natação paralímpica”.

3. Por que escolheu essa modalidade esportiva?

“No começo, eu fazia por diversão mesmo. Mas depois, eu realmente me identifiquei com a natação”.

4. Quais os principais desafios como atleta paralímpico?

“Como atleta em si, os desafios são os mesmos de todos os atletas de alto rendimento. A dedicação e disciplina são essenciais. Acredito que a grande diferença e o desafio no paralímpico é a falta de conhecimento das pessoas sobre os esportes, sobre as classes funcionais e principalmente sobre as deficiências”.

5. Quais são suas motivações para a prática desse esporte?

“Além da natação ser um esporte bem completo e que faz muito bem à saúde, eu me divirto também. Acho que a natação permitiu eu entender quem é o Gabriel e, a partir dela, hoje eu posso inspirar outras pessoas e isso é muito bacana, me dá vontade de ser o melhor possível na piscina”.

6. Quais são seus objetivos no esporte?

“Eu quero ganhar o máximo de medalhas de ouro possível e melhorar as minhas marcas pessoais”.

7. Como você se preparou para chegar nesse nível profissional?

“São muitos anos de treino e toda uma estrutura em volta. Foi preciso preparar o corpo fisicamente, ter um bom equilíbrio mental e emocional. Dieta balanceada e descanso. Com uma boa equipe e estrutura para treino, pude evoluir bastante a minha técnica e alcançar resultados relevantes”.

8. Como começou seu amor pelo esporte?

“Eu acho difícil falar de um momento específico. Acho que os esportes sempre estiveram presentes na minha vida de alguma forma, mesmo que no começo fosse só diversão com os amigos. Acredito que no caso da natação eu tomei gosto e quis seguir como atleta profissional quando comecei a competir”.

9. Como é sua rotina como nadador? Do que você mais gosta e menos gosta nessa rotina?

“Eu treino na piscina de segunda a sábado pela manhã. Algumas vezes na semana também vou à tarde. Vou à academia duas vezes na semana, faço pilates e vou à psicóloga uma vez na semana.

Eu gosto mesmo de estar na água. Não fico longe da piscina nem nos dias de folga (risos). O que eu menos goste, talvez, seja a academia”.

10. O que você diria para os jovens que sonham em ser como você?

“Primeiro de tudo, eu diria para eles se divertirem! Os resultados vão chegar de forma natural, então, aproveitem os momentos. Os sonhos são possíveis e não é a deficiência que não vai deixar você realizá-los”.

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