A avaliação das habilidades acadêmicas é critério diagnóstico para transtornos específicos de aprendizagem, como a dislexia, discalculia e disgrafia. Contudo são poucos os profissionais capacitados para a realização desta investigação, uma vez que são raros os cursos de graduação e pós-graduação que ofereçam capacitação nessa temática. É indispensável saber diferenciar erros por dificuldades de aprendizagem de erros por transtornos específicos de aprendizagem, uma vez que o prognóstico e as intervenções de cada caso são bem diferentes.

Os problemas de aprendizagem podem ser divididos em: dificuldades de aprendizagem e transtornos específicos de aprendizagem. As dificuldades se referem a questões pedagógicas, ambientais e /ou emocionais e os transtornos de aprendizagem são quadros de origem neurobiológica que apresentam aspectos etiológicos, cognitivos e comportamentais bem delineados, interferem significativamente no desempenho escolar e afetam o cotidiano do indivíduo.

Os transtornos de aprendizagem são de três tipos e se caracterizam por dificuldades persistentes na leitura (Dislexia), na escrita (Disgrafia) e/ou na aritmética (Discalculia). Estes transtornos são caracterizados pelo desempenho significativamente abaixo do esperado em provas padronizadas que avaliam a leitura, no caso da dislexia, na escrita, no caso da disgrafia e na aritmética, no caso da discalculia, em comparação com desempenho de pessoas com a mesma idade, inteligência e escolaridade, sendo que este mau desempenho não pode ser justificado por problemas emocionais, ambientais, sensoriais e neurológicos.

Uma vez que apenas de 3% a 5% dos alunos apresentam transtornos de aprendizagem, podemos dividir didaticamente os fatores envolvidos nas dificuldades de aprendizagem em três, fatores relacionados com: a escola; o aluno e a família

  1. Fatores relacionados com a escola – para que os alunos apresentem um bom desempenho é necessário que a escola ofereça estrutura para que isso aconteça, como: condições físicas de sala de aula, condições pedagógicas e condições do corpo docente.
  2. Fatores relacionados com a família – para que a aprendizagem aconteça, a família também deve oferecer condições adequadas. Sabe-se que algumas condições são relevantes e muitas vezes influenciam no fracasso escolar como desagregação familiar, renda familiar insuficiente, história de alcoolismo, drogadição e comportamento antissocial.
  3. Fatores relacionados ao aluno – em relação aos alunos, pode-se distinguir entre os problemas físicos gerais (dificuldades sensoriais, patologias endócrinas, desnutrição, parasitoses, anemias, doenças reumáticas, nefropatias, cardiopatias, problemas respiratórios, hepatopatias, doenças imunoalérgicas, etc), problemas psicológicos (timidez, insegurança, ansiedade, baixa autoestima, necessidade de afirmação e baixa motivação), transtornos psiquiátricos (fobias, transtornos de humor, psicoses, comportamento opositor desafiante, comportamento antissocial, etc), patologias neurológicas (paralisia cerebral, tumores, epilepsia, etc), transtornos de aprendizagem, além de Deficiência Intelectual.

A identificação adequada dos tipos de erros cometidos na leitura, escrita e matemática além de apresentarem importante papel no processo diagnóstico, permite que se realize uma intervenção apropriada para cada indivíduo, resultando em melhora significativa da habilidade e, consequentemente, um melhor rendimento escolar de forma geral.

Para saber mais, acesse o link abaixo e inscreva-se no curso sobre “Testes de Avaliação de Linguagem, Leitura, Escrita e Aritmética para Crianças” no Instituto de Ensino e Pesquisa APAE DE SÃO PAULO: http://bit.ly/Testes-Linguagem-2017

Autora:

Cindy-BlogCindy Morão é Neuropsicóloga, Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento. Atua no Ambulatório de Diagnóstico da APAE DE SÃO PAULO, no consultório e como professora da graduação em psicologia da FMU e da pós-graduação no INESP e da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Também é coordenadora do curso “Testes de Avaliação de Linguagem, Leitura, Escrita e Aritmética para Crianças” no Instituto de Ensino e Pesquisa APAE DE SÃO PAULO.